terça-feira, 5 de agosto de 2014

Violência quando...

por Leonardo Felipe

Violência quando uma mãe é tirada da convivência familiar e do dia-a-dia dos filhos para trabalhar e pra ganhar o mínimo das remunerações e assim sustentar os filhos;

Violência quando esses filhos, privados no seu dia-a-dia da presença da mãe e que foram abandonados por um pai omisso, ficam a mercê do que a rua, violência e a criminalidade os atrai;

Violência quando pagamos imposto de tudo e o tempo todo e não temos os direitos básicos garantidos mesmo que uma carta dito "Magma" diga que estão "garantidos";

Violência quando, com qualquer doença, a maioria das pessoas não tem a menor condição e possibilidade de ter suas enfermidades tratadas e resolvidas;

Violência quando desrespeitamos as mínimas leis de trânsito e colocamos, nos mesmos e outros em perigo;

Violência quando agimos com indiferença com os de casa, os próximos e os de nossa convivência;

Violência quando uma família não tem o básico para sobreviver e se manter;

Violência quando nos atinge em cheio de forma brutal e mortal, e nos sentimos sem chão e sem rumo;

Violência quando uma criança passa ano após ano sem aprender o mínimo do mínimo num sistema omisso e mentiroso de educação;

Violência quando um sistema educacional pífio, de professores sobreviventes e escolas sucateadas, segue aos trancos e barrancos fazendo seu ofício;

Violência quando gente da periferia das grandes cidades fica sem asfalto, saneamento, água potável, segurança e transporte público igualitário;

Violência quando aceitamos ser tratados, merecidos e valorizados mais dos que os outros por causa de cargos, profissões, títulos, riquezas, graduações, religião, nacionalidade, habilidades e quaisquer outras coisas;

Violência quando alguns tem mais do que precisa para viver e uma grande maioria não tem condição mínima de sobreviver;

Violência quando se valoriza, deseja e busca cada vez mais futilidades, fugacidades, ostentações e banalidades;

Violência quando trata-se melhor coisas do que pessoas;

Violência quando mulheres são tratadas e muitas aceitam ser tratadas como objeto e brinquedo sexual de homens;

Violência quando idosos, crianças e mulheres são rejeitados, excluídos e abandonados a própria sorte;

Violência quando o criminoso de colarinho branco é tratado melhor do que o criminoso pobre;

Violência quando nossas crenças, religiões e valores nos fazem nos sentir melhores do que os outros;

Violência quando aceitamos e achamos que alguns são melhores e mais importantes do que os outros;

Violência quando nos adultos permitimos que nossas crianças continuem crescendo nos mesmos círculos viciosos de violência, machismo, vícios, perversão e desigualdade que muitos de nos fomos criados;

Violência quando deixamos de fazer e cumprir com nossas obrigações e deixamos que outros fiquem acumulados e sobrecarregados por nossas omissões;

Violência quando vivemos egoisticamente sem perceber os anseios, aflições, tragédias, angústias, necessidades e desalentos dos que estão sobre o mesmo teto e os que convivem conosco diariamente;

Violência quando o mínimo da remuneração que deveria garantir uma vida digna mal dá pra o pai ou a mãe de família passar o mês;

Violência quando um praticante de delito tem em sua oportunidade de recuperação verdadeiros redutos formadores de profissionais do crime;

Violência quando ao ouvir as dificuldades, mazelas e erros de alguém e saímos espalhando aos quatro ventos as fragilidades do outro;

Violência quando nos atinge e leva bens e móveis conquistados com trabalho árduo e sacrifício;

Violência quando agimos com intolerância, racismo, preconceito e arrogância ao invés de buscarmos viver humildemente, altruisticamente e generosamente;

Violência quando nos omitimos diante de todas essas formas de violência;

Violência quando acabará? Quando o Príncipe da paz voltar!

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